quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Jesus, o filho do Deus vivo


 13 Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? 14  E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. 15  Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? 16  Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17  Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 18  Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19  Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.” (Mateus 16:13-19 RA)

Em Mt 16:13-19 temos um interessante trecho sobre o diálogo de Jesus com Pedro que nos ensina muito a respeito da autoridade de Jesus na igreja. Jesus começa um diálogo questionando sobre o que as pessoas pensam a respeito da sua identidade. Alguns falam que é profeta ou parecido, mas somente Pedro define a resposta esperada: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.


Para entendermos um pouco melhor essa revelação, vamos analisar alguns pontos:

1) Verso 13 e 14: na pergunta que Jesus faz aos seus discípulos, Ele mesmo se nomeia Filho do Homem, trazendo a conotação de humildade de ser gerado de um homem e não somente expressando seu lado divino. O povo, não crente que aquele homem simples, filho carpinteiro, nascido em Belém poderia ser o Messias, pois aguardavam um nobre que assumiria o trono com toda pompa e circunstância. Isso os fez achar que Jesus não passava de um profeta ou alguém semelhante.

2) Verso 15: Jesus busca saber qual é entendimento que seus discípulos têm a respeito da sua pessoa, pois logo após Ele começa a trabalhar a palavra igreja, que pela primeira vez aparece no Novo Testamento. Como Jesus é o próprio fundamento, para entenderem igreja no sentido de assembleia de escolhidos, os discípulos têm que ter esclarecido a autoridade Jesus, o Cristo.

3) Verso 16 e 17: Cristo significa ungido, messias. Jesus, em sua imensa sabedoria, explica que essa resposta não veio da natureza humana de Pedro, mas revelada pelo Espírito Santo de Deus. Essa revelação a respeito da identidade messiânica de Jesus não estava clara ainda para seus pares e eles necessitavam de uma revelação divina. Tendo então Jesus sua paternidade revelada, assim também procedeu revelando a paternidade de Pedro, chamando-o de Simão Barjonas, que significa “filho de Jonas”. Interessante notarmos que como somos de adoção por Jesus Cristo(Ef 1:5), ganhamos uma nova identidade, pois temos um novo pai. Pedro cita que Deus é vivo, ou seja, tem pleno vigor, é influente e ativo; não é um Deus apático, alheio as nossas necessidades e impotente frente as dificuldades.

4) Verso 18: esse versículo nos trás duas formas de interpretação aceitáveis e por mim, consideradas como complementares. A primeira interpretação é que Jesus é a pedra angular da igreja, e sobre Ele a igreja será edificada (Is 28:16) (1Pe 2:4), ou seja, como Jesus é o filho de Deus a igreja será sobre Ele porque Ele é a figura de Deus na terra. Sobre autoridade de Jesus é que a igreja se constituirá e será espalhada por todo mundo e não haverá nenhum outro fundamento idôneo (1Co 3:11). A segunda interpretação é que a pedra angular é a confissão de Pedro de que Jesus é o filho do Deus vivo, portanto sobre essa confissão da identidade de Jesus é que se fundará a igreja dos discípulos, da qual todos que creem na identidade de Jesus seriam participantes. As duas visões se complementam porque sobre a confissão de que Jesus é o Ungido e sobre a pessoa de Jesus é que a igreja se funda e será sustentada. As portas do inferno – hades ou reino da morte – não prevalecerão sobre a igreja porque todos que morrerem em Cristo vencerão a morte e com Ele serão vivificados (1Pe 3:18). Jesus tem as chaves da morte e do inferno (Ap 1:18), o que significa que controle é Dele e Ele não deixará os seus padecerem a segunda morte, pois esses já passaram da morte para a vida.

5) Verso 19: o reino dos céus é o domínio e reinado de Deus, onde Ele exerce seu governo; é o reinado que Jesus veio implantar entre nós, um reino eterno onde Ele é o Rei dos reis. Ter a chave do reino dos céus é ter acesso a esse reino espiritual. O Espírito Santo seria o acesso, pois é através Dele que nós conseguimos nos conectar a Deus, pela autoridade de Jesus. Sendo assim, tudo que fizermos aqui na terra terá seu reflexo no mundo espiritual, pois Jesus nos transferiu essa autoridade para que o fizéssemos para glória de Seu nome.



Todos quantos crerem em Jesus tornam-se sua igreja e devem estar sujeitos à Ele que morreu por nós. Cabe a nós glorificarmos Ele com nossa vida, para que Jesus ache a sua noiva gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito (Ef 5:27).


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