A vida de Jesus foi uma vida diferente do restante dos homens que
pisaram e pisarão na terra. Jesus não era Deus, era um homem que tinha uma
comunhão perfeita com Deus Pai, que tinha o Espírito Santo guiando-lhe todos os
passos pelos caminhos da verdade, justiça e juízo. Jesus recebeu o Espírito Santo
de Deus que o ungiu para pregar (Is 61:1). Ele era a glória manifesta de Deus Pai
(Rm 16:27).
Os milagres são sinais da humanidade e identidade messiânica de
Jesus. Ele operou sinais para que o povo cresse que Ele era o Cristo, ou seja,
o Ungido que havia de vir. A vida de Jesus foi uma vida repleta de cumprimento
de profecias, de feitio de sinais e de ensinamentos para que não houvesse
dúvidas – por parte do povo - sobre sua identidade. Deus se encarregou de falar
isso, com grande voz dos céus, no batismo de Jesus por intermédio de João
Batista e no monte da transfiguração, onde Deus declara em bom tom que Jesus é
Seu Filho amado.
Portanto, devemos perceber que quando a Bíblia se refere a esses
eventos sobrenaturais de Jesus - onde Ele recussita mortos, cura doentes e
outras coisas sobrenaturais – ela fala de sinais e não milagres. Analisando a
raiz grega da palavra vemos uma diferença marcante entre sinais e milagres:
Sinal: shmeion,
semeion. Significa: sinal, marca, símbolo, prodígio, portento. Uma ocorrência
incomum, que transcende o curso normal da natureza. Sinais que prognosticam
eventos notáveis prestes a acontecer. Milagres e prodígios pelos quais Deus
confirma as pessoas enviadas por ele, ou pelos quais homens provam que a causa
que eles estão pleiteando, é de Deus.
Milagre:
dunamiv, dunamis. Poder, força, habilidade. Poder inerente, poder que reside
numa coisa pela virtude de sua natureza, ou que uma pessoa ou coisa mostra e
desenvolve. Poder para realizar milagres, poder moral e excelência de alma. Poder
que consiste em ou baseia-se em exércitos, forças, multidões.
Notamos
que a palavra sinal (semeion) consta 69 vezes nas Escrituras e somente no Novo
Testamento, enquanto milagre (dunamis) consta 116 vezes. Gostaria de me atentar
para as ocorrências da palavra sinal, que são usadas para que Deus confirme que
aquela pessoa está operando em seu nome verdadeiramente.
Jesus
operou diversos sinais o que transpareceu todo seu poder, fundado no poder do
Deus vivo que habitava Nele, como hoje habita também naqueles que creem Nele, através
do seu Espírito. Esses sinais foram mais do que obras feitas para o bem do Seu
povo, mas para que todos pudessem crer Nele e assim aprender mais Dele, seguir
seus passos, executar suas comissões e ser salvo. Jesus era desacreditado entre
o povo que esperava que o Cristo fosse um rei que governaria o reino físico e
presente. Por isso que a mãe de Tiago e João pediu para que Jesus deixasse seus
filhos assentados a direita e a esquerda em seu reino (Mt 20:21). Jesus foi
escarnecido e feito como espetáculo com a placa escrita INRI, ou seja, Jesus
Nazareno, Rei dos Judeus (Mt 27:37). O povo não sabia quem Ele era (Mt
16:13-14), mas Ele se mostrava poderoso em seu ministério e nos seus
ensinamentos, seguidos de sua humildade e servidão.
O Pr. Ed
René Kivitz nos traz brilhantes ensinamentos em que nos explica que expulsar um
demônio mudo, curar um leproso ou um cego de nascença eram milagres messiânicos.
Naquela época, o povo acreditava que os cegos de nascença viviam embaixo de uma
maldição, então quem curasse um deles teria que ter poder para reverter essa
maldição divina, ou seja, seria o Messias. Quando isso acontecia, o sinédrio e
os fariseus iam investigar esse “milagre messiânico” para ver se era verdade.
Jesus sabendo disso cura um cego de nascença e o manda para o tanque de Siloé
(Jo 9:6-7). Ele fez isso porque acontecia naqueles dias a Festa dos
Tabernáculos, que era quando os sacerdotes jogavam água nas escadarias do
Templo de Jerusalém, e eles pegavam água no tanque de Siloé. Portanto, naquele
dia tinha muito sacerdote ao redor do tanque e todos viram o sinal operado por
Jesus.
Quando algum sacerdote curava um leproso, tinham que seguir as
orientações de Moisés, expressa em Levítico, capítulos 23 e 24, para oferecer
sacrifícios específicos. Nunca em Israel um leproso apareceu diante de um
sacerdote dizendo que havia sido curado. Daí Jesus cura dez leprosos de uma vez
para que fossem abertos dez processos de investigação e de oferta de sacrifícios
para instigar os sacerdotes a conhecê-lo e crer Nele. Ninguém jamais tinha
curado de uma só vez dez leprosos. Detalhe: O único leproso que voltou para agradecer
foi um samaritano, que era originário de Samaria, que eram um povo rejeitado. Jesus operou muitos sinais que acabaram não sendo descritos
nas Escrituras para que todos possam crer Nele e ter a vida eterna (Jo
20:30-31).
Adão se encontrou com a serpente e falhou, por isso foi lançado no
deserto. Jesus (homem) enfrentou a serpente no deserto e venceu. Deus venceria
fácil a serpente, mas Jesus sendo homem seria “impossível” vencer a serpente se
Jesus não tivesse comunhão com Deus e assim Jesus teve força para vencer o
inferno e a morte. Se não olharmos Jesus como homem cheio do Espírito Santo, os
milagres que Ele fez não valem nada, pois foram feitos por diretamente por Deus e não
por intermédio de um homem que fez pela autoridade de Deus.
Jesus
fez muitas obras movido pelo Espírito Santo e nos falou que o que Ele fez, nós
também podemos fazer, basta termos comunhão com Deus como Ele teve (Jo 14:12).
Suplico a Deus que nos leve a uma comunhão maior com Ele, que tire as traves
dos nossos olhos espirituais e assim, possamos seguir pelos caminhos de
comunhão plena do Espírito Santo, vivendo a Sua plenitude. Jesus fez muitas
obras para provar que Ele era o Messias, mas hoje a Sua palavra basta. Que
Jesus nos dê sabedoria para ministrar pessoas e operar somente no seu Espírito à
medida que fazemos a Sua vontade. Amém.
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