quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Milagres e sinais de Jesus


A vida de Jesus foi uma vida diferente do restante dos homens que pisaram e pisarão na terra. Jesus não era Deus, era um homem que tinha uma comunhão perfeita com Deus Pai, que tinha o Espírito Santo guiando-lhe todos os passos pelos caminhos da verdade, justiça e juízo. Jesus recebeu o Espírito Santo de Deus que o ungiu para pregar (Is 61:1). Ele era a glória manifesta de Deus Pai (Rm 16:27).

Os milagres são sinais da humanidade e identidade messiânica de Jesus. Ele operou sinais para que o povo cresse que Ele era o Cristo, ou seja, o Ungido que havia de vir. A vida de Jesus foi uma vida repleta de cumprimento de profecias, de feitio de sinais e de ensinamentos para que não houvesse dúvidas – por parte do povo - sobre sua identidade. Deus se encarregou de falar isso, com grande voz dos céus, no batismo de Jesus por intermédio de João Batista e no monte da transfiguração, onde Deus declara em bom tom que Jesus é Seu Filho amado.

Portanto, devemos perceber que quando a Bíblia se refere a esses eventos sobrenaturais de Jesus - onde Ele recussita mortos, cura doentes e outras coisas sobrenaturais – ela fala de sinais e não milagres. Analisando a raiz grega da palavra vemos uma diferença marcante entre sinais e milagres:

Sinal: shmeion, semeion. Significa: sinal, marca, símbolo, prodígio, portento. Uma ocorrência incomum, que transcende o curso normal da natureza. Sinais que prognosticam eventos notáveis prestes a acontecer. Milagres e prodígios pelos quais Deus confirma as pessoas enviadas por ele, ou pelos quais homens provam que a causa que eles estão pleiteando, é de Deus.

Milagre: dunamiv, dunamis. Poder, força, habilidade. Poder inerente, poder que reside numa coisa pela virtude de sua natureza, ou que uma pessoa ou coisa mostra e desenvolve. Poder para realizar milagres, poder moral e excelência de alma. Poder que consiste em ou baseia-se em exércitos, forças, multidões.

Notamos que a palavra sinal (semeion) consta 69 vezes nas Escrituras e somente no Novo Testamento, enquanto milagre (dunamis) consta 116 vezes. Gostaria de me atentar para as ocorrências da palavra sinal, que são usadas para que Deus confirme que aquela pessoa está operando em seu nome verdadeiramente.

Jesus operou diversos sinais o que transpareceu todo seu poder, fundado no poder do Deus vivo que habitava Nele, como hoje habita também naqueles que creem Nele, através do seu Espírito. Esses sinais foram mais do que obras feitas para o bem do Seu povo, mas para que todos pudessem crer Nele e assim aprender mais Dele, seguir seus passos, executar suas comissões e ser salvo. Jesus era desacreditado entre o povo que esperava que o Cristo fosse um rei que governaria o reino físico e presente. Por isso que a mãe de Tiago e João pediu para que Jesus deixasse seus filhos assentados a direita e a esquerda em seu reino (Mt 20:21). Jesus foi escarnecido e feito como espetáculo com a placa escrita INRI, ou seja, Jesus Nazareno, Rei dos Judeus (Mt 27:37). O povo não sabia quem Ele era (Mt 16:13-14), mas Ele se mostrava poderoso em seu ministério e nos seus ensinamentos, seguidos de sua humildade e servidão.

O Pr. Ed René Kivitz nos traz brilhantes ensinamentos em que nos explica que expulsar um demônio mudo, curar um leproso ou um cego de nascença eram milagres messiânicos. Naquela época, o povo acreditava que os cegos de nascença viviam embaixo de uma maldição, então quem curasse um deles teria que ter poder para reverter essa maldição divina, ou seja, seria o Messias. Quando isso acontecia, o sinédrio e os fariseus iam investigar esse “milagre messiânico” para ver se era verdade. Jesus sabendo disso cura um cego de nascença e o manda para o tanque de Siloé (Jo 9:6-7). Ele fez isso porque acontecia naqueles dias a Festa dos Tabernáculos, que era quando os sacerdotes jogavam água nas escadarias do Templo de Jerusalém, e eles pegavam água no tanque de Siloé. Portanto, naquele dia tinha muito sacerdote ao redor do tanque e todos viram o sinal operado por Jesus.

Quando algum sacerdote curava um leproso, tinham que seguir as orientações de Moisés, expressa em Levítico, capítulos 23 e 24, para oferecer sacrifícios específicos. Nunca em Israel um leproso apareceu diante de um sacerdote dizendo que havia sido curado. Daí Jesus cura dez leprosos de uma vez para que fossem abertos dez processos de investigação e de oferta de sacrifícios para instigar os sacerdotes a conhecê-lo e crer Nele. Ninguém jamais tinha curado de uma só vez dez leprosos. Detalhe: O único leproso que voltou para agradecer foi um samaritano, que era originário de Samaria, que eram um povo rejeitado. Jesus operou muitos sinais que acabaram não sendo descritos nas Escrituras para que todos possam crer Nele e ter a vida eterna (Jo 20:30-31).

Adão se encontrou com a serpente e falhou, por isso foi lançado no deserto. Jesus (homem) enfrentou a serpente no deserto e venceu. Deus venceria fácil a serpente, mas Jesus sendo homem seria “impossível” vencer a serpente se Jesus não tivesse comunhão com Deus e assim Jesus teve força para vencer o inferno e a morte. Se não olharmos Jesus como homem cheio do Espírito Santo, os milagres que Ele fez não valem nada, pois foram feitos por diretamente por Deus e não por intermédio de um homem que fez pela autoridade de Deus.

Jesus fez muitas obras movido pelo Espírito Santo e nos falou que o que Ele fez, nós também podemos fazer, basta termos comunhão com Deus como Ele teve (Jo 14:12). Suplico a Deus que nos leve a uma comunhão maior com Ele, que tire as traves dos nossos olhos espirituais e assim, possamos seguir pelos caminhos de comunhão plena do Espírito Santo, vivendo a Sua plenitude. Jesus fez muitas obras para provar que Ele era o Messias, mas hoje a Sua palavra basta. Que Jesus nos dê sabedoria para ministrar pessoas e operar somente no seu Espírito à medida que fazemos a Sua vontade. Amém.

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