segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Reflexões acerca de oração (Parte 2) - Orar intensamente


“E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.” (Lc 22:44)
Jesus nos ensinou a necessidade de orar, a quem orar e o porquê orar. Vamos analisar o quanto devemos orar, algo que Jesus nos ensina majestosamente com sua vida e palavras e faremos uma viagem a outros mestres usados por Deus que trataram sobre o assunto.

Não temos como não perceber o investimento de Jesus em oração, pois a cada tempo de leitura dos evangelhos, principalmente o de Lucas que registra de forma mais acurada esse aspecto, temos uma pausa de Jesus para se retirar e orar. Vemos também, muito claramente, que o tempo que Ele se retira para orar são sempre tempos longo, de busca e entrega a Deus Pai. As orações não eram realizadas de forma esporádica ou quando dava tempo, e sim de forma rotineira e intensa.

Jesus nos ensina que a oração é necessária para uma vida de intimidade com Deus, pois é nesse tempo que nós ficamos deitados em seu colo clamando Aba (tradução: Pai). Nesse momento podemos conversar com Ele, confessar nossos pecados (1Jo 1:9), falar de nossas aflições e ansiedades (1Pe 5:7), contar nossos planos e desejos (Sl 10:17) e ouvir sua voz (Sl 5:3; 1Re 19:12), o que geralmente não fazemos.

A oração nos traz forças e alimenta nosso Espírito, assim como a palavra, que nos guia através da verdade. Mantendo-nos constantemente na presença do Senhor, nos tornamos cada vez mais fortes e aptos a distinguir espiritualmente os desígnios espirituais que Deus quer de nós. Jesus nos fala sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer (Lc 18:1), pois permanecendo em Nele e Ele em nós pediremos o que quisermos e será feito (Jo 15:7). Mas esse é infelizmente um texto muito deturpado, usado para fins triunfalistas e de propriedade. Devemos perceber que Jesus nos exorta a permanecermos um no outro, ou seja, devemos deixar Cristo viver a nossa vida e assim vivermos a vida Dele. Isso se faz através de uma vida semelhante a de Cristo, frutificando do Espírito (Gl 5:22-23), seguindo em verdade e sob sua vontade, permanecemos Nele. Quando vivemos nossa vida para louvor de Deus, frutificando em boa obra, Ele permanece em nós.

Devemos orar como se fosse a ultima vez, se humilhando, buscando, com um coração arrependido dos pecados (2Cr 7:14). Devemos produzir frutos dignos de arrependimento, guardar seus mandamentos e andar por caminhos retos para receber resposta das nossas súplicas (1Jo 3:22). Oremos até que o silencio nos invada e assim somos ministrados no silencio, tal como Madre Teresa de Calcutá que uma vez indagada sobre o que ela falava pra Deus e ela respondeu que não falava nada, só ouvia; e perguntaram o que Ele falava pra ela, e ela falou que Ele não falava nada, só ouvia. As palavras de nossa boca não são suficientes para expressar um coração quebrantado, pois Deus nos ouve estando nós ainda falando (Is 65:24). No livro de Eclesiastes, capítulo 5, verso 2 diz: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.”

Não nos cansemos, oremos sem cessar (1Ts 5:17; Lc 6:12; At 1:14; At 6:4; At 12:5; Rm 12:12; Cl 4:2; 1Pe 4:7), busquemos ao Senhor e ao seu poder, busquemos perpetuamente a sua presença (1Cr 16:11), sejamos perseverantes e a seu tempo Deus retribuirá. Não podemos conseguir refletir a face de Jesus e exalar o bom perfume Dele se não conseguimos manter uma proximidade onde a presença Dele nos encharca de Seu perfume e a luz Dele expulsa nossas trevas e nos faz limpo, transformando-nos na presença de Sua glória a Sua semelhança (2Co 3:18). A medida que nos aproximamos de Sua santidade somos purificados, fortalecidos, edificados e enchidos de seu Espírito Santo.

Clamo ao Senhor que possamos orar como Ezequiel diante do vale de ossos secos; como Jacó que não parou de lutar com o anjo até ser abençoado, como Elias que orou e por três anos e meio não choveu. Precisamos acreditar que podemos fazer obras maiores e que podemos mover o sobrenatural pelo poder do Deus vivo que vive em nós, e assim, glorificaremos o nome do Pai através de Jesus. Que possamos nos despir de nosso orgulho, de nossos preconceitos, de nossa autossuficiência e possamos estar rendidos diante de Deus por horas a fio escutando-o mesmo em seu silêncio, tendo a sua presença marcante conosco, sendo transformado e aperfeiçoado em sua glória. Amém.

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