sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Reflexões acerca de oração (Parte 3) - Vencendo batalhas


Conforme exposto na primeira parte desse artigo, a oração modelo que Jesus nos ensinou nos traz bastante direcionamento quanto ao que devemos orar e como devemos fazer, apesar de, mesmo assim, não sabermos orar como convém.

Mais do que com palavras, Jesus nos ensinou com seu exemplo a mantermos uma vida exemplar de oração. Nós podemos ver os milagres que Ele realizava devido à comunhão com o Pai, recebendo assim o fortalecimento, a santidade e o direcionamento para seu ministério. Jesus não operou prodígios e sinais por ser filho de Deus, mas por se comportar como Filho de Deus, filho que ama o pai, que conversa com o pai e que ouve e obedece a voz do pai. Antes de cada decisão importante em sua jornada, Jesus se retirava e passava longo tempo em oração com o Pai.

Analisando um pouco a vida de oração de Jesus, podemos ter vários ensinamentos os quais gostaria de compartilhar alguns. Quando Jesus teve sua identidade revelada pela voz de Deus, e o Espírito Santo desceu em forma de pomba (Lc 3:21-22), Ele se encontrava orando e Deus respondeu seu clamor e se manifestou ao seu Filho amado. Quando Jesus teve que escolher seus doze discípulos, Ele passou a noite em oração e quando já era dia escolheu-os segundo o Pai lhe orientou (Lc 6:12-13). A virtude que Dele saia era tamanha que Jesus se isolava para orar, se recuperar do desgaste e se preparar para os novos desafios.

Quando Pedro reconheceu Jesus como o Filho do Deus vivo em Lucas, capítulo nove, verso 20, Jesus havia orado muito anteriormente (Lc 9:18) pedindo a Deus que tivesse misericórdia e revelasse aos seus discípulos sua verdadeira identidade. Até então, eles não tinham certeza quem era aquele que andava com eles fazendo sinais miraculosos. O povo achava que Ele era Elias ou outro profeta, mas Jesus alcançou a resposta da sua oração e Deus revelou a Pedro sobre Jesus (Mt 16:17).

No evangelho segundo Lucas, encontramos o maior número de referências as orações de Jesus. Lucas registra que antes de cada grande feito, Ele se recolhia orar (Ex.: Lc 5:16). Portanto, essas afirmações nos trazem ciência da necessidade de mantermos uma vida de intensa de oração, de intimidade e contato direto com nosso Deus e Pai para sermos usados para fazer obras tal como Jesus assim nos deixou comissionados (Mc 16:15-18). Sem o poder advindo da oração nossa vida ministerial fica infrutífera. Se quisermos que pessoas conheçam Cristo precisamos orar para que Deus dê o entendimento a eles, senão a pregação será infrutífera, pois não terá poder.

Precisamos buscar saber qual é a vontade do Pai para nós, qual o propósito das situações que vivemos e o que Ele quer nos ensinar. Jesus por várias vezes nos falou sobre cumprir a vontade do Pai (Jo 5:30; Jo 6:38, Mt 6:10; Mt 26:39 entre outros), tal como registrou, também, na oração modelo (conhecida como Pai Nosso). Deste modo, precisamos estar preparados para fazer a obra que Ele nos confiou, pois seremos julgados pelas mesmas (Ap 20:13) e receberemos galardão por isso. As batalhas espirituais são ganhas espiritualmente, pois nossa batalha não é contra carne e sim contra hostes malignas nas regiões celestiais, as quais são alcançadas e enfrentadas somente através de nossas orações.
Podemos perceber que em nenhum momento Jesus trava algum tipo de batalha espiritual quando está na frente e alguém para curar, ressuscitar, expulsar demônios ou exercer qualquer outro tipo de sinal. Nesse momento não deve haver batalha e sim a colheita dos louros da vitória, pois a batalha se ganha antes com os joelhos no chão e o coração quebrantado diante de Deus e assim o poder de Deus nos enche e nos guia através da verdade. Jesus só declarava a sua vontade, que era a mesma vontade do Pai, e o sobrenatural se realizava (Mt 8:3; 8:15; 8:16; 9:24; 12:3; 20:34 entre outros). A palavra de Deus deve ser declarada com poder, com unção, pois Deus é fiel em cumprir suas promessas. Porém, não conseguimos realizar milagres assim porque somos fracos na fé e na oração. Somos medíocres em nossa vida devocional e a soberba nos é exaltada buscando glorificarmos a nós mesmos e não ao Pai. Uma vida de insubmissão e soberba nos afasta de Deus (Tg 4:6), mas a humildade gera obediência e nos faz chegar ao trono da graça.

Clamo para que o Senhor nos subjugue mais e mais para que possamos ser totalmente dependentes Dele, fazendo a Sua vontade sem olhar para nossos anseios. Que possamos manejar bem a palavra da verdade apresentando-nos a Deus como obreiro aprovado que não tem do que se envergonhar (2Tm 2:15). Que possamos conhecer a Sua palavra, que é viva e eficaz (Hb 4:12), e assim declarar a sua verdade e vontade, e batalhar no escondido dos nossos quartos, distante dos hipócritas que clamam em alta voz e em línguas estranhas buscando somente sua glória perante os homens. Que Jeová nos chame a sermos diminuídos para os homens, mas engrandecidos para Ele.

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